Sobre os autores

HONORÉ DE BALZAC


Nasceu na província, em Tours, em 20 de maio de 1799. Aos quinze anos, muda-se para Paris com os pais e os três irmãos. Forma-se bacharel em direito em 1819, mas acalenta o sonho de ser escritor e a esse projeto se dedica. A partir de 1822 seus primeiros romances são publicados sob diversos pseudônimos; escreve também para pequenos jornais — atividade que exercerá até 1833 — e tenta uma carreira como editor, mas logo sua empresa vai à falência, iniciando as dívidas que marcarão sua vida. Em 1829 publica, usando pela primeira vez seu próprio nome, Le dernier Chouan ou la Bretagne em 1800, que, sob o título definitivo de Les Chouans [Os Chouans], será o primeiro romance da Comédia humana. Nesse mesmo ano, redige, entre outros, A paz conjugal, mais antiga das Cenas da vida privada, e trabalha no manuscrito que se tornará A mulher de trinta anos. Em 1835 lança O pai Goriot. Em 1842 é publicado o primeiro volume da Comédia humana. Em 1849, muda-se para a Ucrânia. No ano seguinte, casa-se com Evelyne Hanska, viúva do conde Hanski, sua amante desde meados da década de 30; e, de volta a Paris, morre nesse mesmo ano, no dia 18 de agosto.

OBRAS:

ILUSÕES PERDIDAS

MULHER DE 30 ANOS

BALZAC, A OBRA-MUNDO

O PAI GORIOT

EUGÉNIE GRANDET

TRATADOS DA VIDA MODERNA

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JOHANN WOLFGANG VON  GOETHE



Johann Wolfgang von Goethe nasceu na cidade de Frankfurt am Main, no dia 28 de Agosto de 1749, e morreu na cidade de Weimar, no dia 22 de Março de 1832. Goethe foi um grande nome da literatura alemã. Além disso, foi um pensador que transitou por diversos ramos das ciências. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão Sturm und Drang. Romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas de arte, literatura e ciências naturais compõem sua vasta produção literária. Além disso, sua correspondência mantida com pensadores, viajantes e personalidades da época é de grande valor como fonte de pesquisa e análise de seu pensamento. Através do romance Os sofrimentos do jovem Werther, Goethe tornou-se famoso em toda a Europa no ano de 1774. Mais tarde, já na sua fase madura e influenciado por Friedrich Schiller, Goethe se tornou o mais importante autor do Classicismo de Weimar. Goethe é até hoje considerado o mais importante escritor alemão, cuja obra influenciou a literatura de todo o mundo.




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OSCAR WILDE


Criado numa família protestante, estudou na Portora Royal School de Enniskillen e no Trinity College de Dublin, onde sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalene College de Oxford. Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes havia ganhado o prêmio "Newdigate" com o poema "Ravenna". Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes. Foi convidado para ir aos Estados Unidos a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dandi. Em 1883, vai para Paris e entra para o mundo literário local, o que o leva a abandonar seu movimento estético. Volta para a Inglaterra e casa-se com Constance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin, indo morar em Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos, Cyril, em 1885 e Vyvyan, em 1886. O melhor período intelectual de Oscar Wilde é o que vai de 1887 a 1895. Em 1892, começa uma série de bem sucedidas comédias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O leque de Lady Windermere (1892), Uma mulher sem importância (1893), Um marido ideal e A importância de ser fervoroso (ambas de 1895). Nesta última, o ar cômico começa pelo título ambíguo: Earnest, "fervoroso" em inglês, tem o mesmo som de Ernest, nome próprio. Publica contos como O Príncipe Feliz e O Rouxinol e a Rosa, que escrevera para os seus filhos, e O crime de Lord Artur Saville. O seu único romance foi O retrato de Dorian Gray. A situação financeira de Wilde começou a melhorar cada vez mais, e, com ela, conquista uma fama cada vez maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida cada vez mais mundana. As atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas.

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FIÓDOR DOSTOIEWSKI

Nasceu em Moscou em 30 de outubro de 1821 e morreu em são Petersburgo em 9 de fevereiro de 1881. Obedecendo ao desejo paterno, foi educado, con tra sua vontade, numa escola militar de engenharia. O horror que sentia pelo sistema de vida militar fez com que se tornasse um solitário. Entregou-se muito cedo à leitura, principalmen te das obras de Schiller, Dickens, Sue, Jorge Sand e Balzac, do qual chegou a fazer traduções. Nessa época, a Europa começava a enfrentar conflitos sociais. Na Rússia czarista também era grande o movimento em prol de reformas, liberalização do regime, modernização do país e maior justiça social.

Dostoiewski iniciou a militância política em meio aos grupos anarquistas e, simultaneamente, decidiu tornar-se escritor. Demitiu-se do exército, procurando mais tempo para concluir seu primeiro livro - "Pobre Gente" - que a crítica recebeu com frieza, acusando-o de imitar Gogol. Desses primeiros trabalhos, o que conseguiu maior sucesso foi a novela "Noites Brancas".

Envolvido na conspiração do rebvolucionário Mikhael Petrachésvski, que pretendia assassinar Nicolau I, Dostoiewski foi preso e condenado à morte. No último momento, quando já estava no patíbulo, a pena foi transformada em trabalhos forçados na Sibéria. Anistiado em 1859, fixou residência em São Petersburgo, totalmente transformado pela dura experiência descrita em "Humilhados e Ofendidos" (1861) e "Recordações da Casa dos Mortos" (1862).

Resolve então dedicar-se ao jornalismo, fundando, com seu irmão Mikhail, o periódico "O Tempo". Mas a fama reconquistada não lhe traz o dinheiro necessário. O jornal e a doença da esposa custam caro. Dostoiewski acumula empréstimos; os credores ameaçam-nos de prisão. Em 1862, foge para o exterior, levando consigo uma jovem estudante, Polina Súslova. O dinheiro que conseguira levantar para a viagem, bem como o que ganhou com seus trabalhos na França, é dissipado pelo jogo. Por fim,deixa a amante - que seria personagem dos romances "O Jogador" (1866), "O Idiota" (1869) e "Os Irmãos Karamázov" (1880) - e volta à Rússia.

Ali, encontra a situação política mudada, o jornal fechado por ordem do governo, a esposa agonizante e o irmão em péssima situação financeira. Essa fase crítica, marcada ainda por fortes crises de epilepsia, leva o escritor a um estado de angústia que, no entanto, assinala seu amadurecimento completo como escritor. Publica "Memórias do subterrâneo" (1864) e "Crime e Castigo" (1866), considerado seu romance mais importante. Em 1867, casa-se com Ana Grigoriévna, uma estenógrafa de 21 anos. Novamente assediado pelos credores, foge para Genebra e, algum tempo depois, parte paraa Itália. Retorna à Rússia em 1871 e assume o cargo de redator chefe de "O Cidadão". É desse período o livro "Os Possessos" (1872), onde repudia os antigos companheiros de luta política. Com a publicação dos seus últimos romances - "O Adolescente" e "Os Irmãos Karamázov" - Dostoiewski passa a ser considerado o maior autor russo de seu tempo. Seus últimos anos foram tranquilos e felizes. Morreu atacado por uma hemorragia.

(Texto de Introdução a "Crime e Castigo", Abril Cultural, trad. de Natália Nunes)



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JORGE LUIS BORGES 


Dedicou-se à literatura desde criança, lendo e escrevendo em inglês e espanhol. Em 1914, foi residir com a família na Suíça, onde permaneceu até 1919, bacharelando-se em Genebra. Mais tarde, mudou-se para a Espanha, frequentando as rodas literárias ligadas ao Ulraísmo. Em 1921, já em Buenos Aires, conviveu com a intelectualidade argentina, dentre os quais pontificavam Adolfo Bioy Casares, Ricardo Guiraldes e as irmãs Ocampo.Integrou movimentos modernistas argentinos e fundou as revistas PROA e PRISMA. Colaborou em periódicos e produziu uma vasta obra, incluindo ensaios, contos e poemas, além de aulas e conferências. Trabalhou muito apesar de sofrer de uma cegueira progressiva. Sua erudição, a intimidade com os clássicos ,adquirida durante os anos em que viveu na Europa, refletiram-se em sua obra, acentuando a tendência ao cosmopolitismo. Borges também foi fiel aos motivos da tradição platina, que releu em sua obra. É um dos autores latino-americanos que alcançaram a consagração na América e na Europa, subvertendo as práticas literárias tradicionais.

OBRAS PRINCIPAIS:

Ficções, 1944

O Aleph, 1949

Antologia pessoal, 1961

O informe de Brodie, 1970

O livro de areia, 1975


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 MARGUERITE YOURCENAR



O nome de Marguerite Yourcenar só conheceu alguma repercussão maior no Brasil em 1980; no começo desse ano ela foi eleita para a Academia Francesa, repetindo-se na França o que Rachel de Queiroz já conseguira aqui há três anos: Yourcenar tornou-se a primeira mulher a entrar para aquela instituição.


Claro que isso pouco, ou nada, acrescenta seus méritos: quem ganhou foi a Academia, pois conheceu e assumiu oficialmente a magnitude de sua obra.


Memórias de Adriano é um livro ímpar. O personagem é real: o grande imperador romano. A ambientação física, política, social, cultural e psicológica obedeceu a um rigoroso processo de reconstituição quase arqueológica. O livro, porém, não é nem texto histórico nem biografia romanceada.


Memórias de Adriano é uma das mais fascinantes obras de ficção do século XX. Trabalhando com a imaginação – histórica e criticamente depurada – Marguerite Yourcenar transforma Adriano no mais cristalino exemplo dos melhores atributos do Humanismo antigo.


Entrar pelas mãos – e pela linguagem – de Mme. Yourcenar na vida deste imperador é desvendar as entranhas de um mundo diante do qual o nosso não passa de um filho bastardo.
(Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 8.ed. , 1980)

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